HOMENS E HOMENS
Fichamento Informativo de Antropologia e Comunicação: Princípios Radicais de José Carlos Rodrigues
RODRIGUES, J. C. Os outros e os outros. In: Antropologia e Comunicação: Princípios Radicais. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio, 2008.
Homens e crocodilos
“O mundo começou sem o Homem e terminará sem ele” (RODRIGUES apud LÉVI-STRAUSS, 2008, p. 112). O antropólogo contempla o mundo, ao seu redor, com a perspectiva macroscópica, como um astrônomo. Ele vê o mundo como ele é, isso faz com “que enormes ‘todos’ se resumam a partículas de outros muito maiores. ” (p. 112). Mas, diferente do astrônomo, ele também observa o mundo de maneira microscópica, de maneira que ele possa perceber que os “todos” são passageiros, e não são efetivamente todos. Ou seja, “todos” são pontos de vistas de totalizações artificiais, que podem ser desfeitos a partir de outros pontos de vista.
Colocando o Homem na escala no Universo e de suas transformações, ele não seria uma totalidade ou produto mais importante, mas seria apenas mais um dele. “Seria uma função possível, de um mundo que poderia muito bem, como o fez durante a maior parte de sua história, existir sem ele. ” (p. 114). Ou seja, o homem, mesmo com seus clamores de grande, é pequeno em relação ao Universo.
O Homem também é modificador do mundo, diferente dos agentes geográficos, por sermos menos que eles – esse homem não seria o Homem da Revolução Industrial e a da autodestruição. Mas sim o homem “modificador do mundo, no sentido de inventor: criador de mundos novos” (p. 114) de universos que tem contato próximo e direto com o próprio.
De qualquer maneira, o Homem ainda é um animal, mesmo sendo inventor. Outros não poderão conhecer seu mundo, pois há diversas características que o possibilitam viver e entender esse “mundo inventado”. “(...) cada animal” possui “dois mundos, numa relação