O Guarani
O Guarani, conta a história de amor de um dos casais mais famosos e conhecidos da literatura brasileira Peri e Ceci. A família de Ceci vive a margem da civilização, enclausurados em uma floresta. Peri outrora salvou a vida de Ceci ganhando o apreço da pai da menina e como contribuição do ato o pai manda-o morar com eles para protege-los. Peri abdica de sua tribo para viver perto de sua amada que têm outros dois pretendentes com formas de amor diferentes.
Esse é um livro intenso, bom, com muitas surpresas e muito "pano para manga". Com uma descrição ambiental e uma caracterização de personagens formidáveis, José de Alencar só peca: nos exageros das comparações, diálogos ultrarromânticos, o livro contendo um final feliz( ao meu vê, o livro merecia um final trágico) e não havendo muitas críticas sociais. Eu, honestamente, prefiro a fase urbana de Alencar.
O Guarani reúne os ingredientes românticos com os quais o autor sabia lidar muito bem. A trama segue duas linhas: a dimensão épica das aventuras e a dimensão lírica das relações amorosas. No primeiro, ganha destaque a construção da nacionalidade, a partir do mito da integração entre colonizado e colonizador. Essa integração é problematizada na história, já que existem os que são permeáveis a ela, como Peri e Ceci, e os que a rejeitam decisivamente, como os aimorés e D. Lauriana.
No plano lírico, há o jogo sentimental das personagens Peri e Ceci, Álvaro e Isabel. Nessas relações, o amor mostra a sua força ao superar todas as barreiras que se opõem à sua realização. Alvos de paixões avassaladoras, Cecília e Isabel se comportam de formas distintas, à pureza da primeira se opõe o poder de sedução da segunda. De qualquer maneira, sabe-se que o amor vencerá no final. E sua vitória representa, acima de tudo, o êxito do bem em sua disputa contra o mal.
O maniqueísmo está