O Comércio informal de água à retalho em Luanda: Da fonte ao consumo (estudo de caso da Vila Estoril)

1816 palavras 8 páginas
Por: Dinis Mário da Silva,

1. Introdução
Angola é um país cuja história regista a marca de cerca de cinco séculos de colonização portuguesa (1482-1975). Embora o ano de 1975 seja o marco da sua independência, é importante notar que esta somente a partir de 2002 passou a representar paz efectiva para os angolanos, pois durante os primeiros 27 anos que se seguiram a independência, o povo angolano viveu, quase que ininterruptamente, um dos mais trágicos conflitos da humanidade.
O conflito angolano, que geralmente tem sido analisado em dois períodos distintos, nomeadamente o da 1ª República (1975-1992) e o da 2ª República (1992-2002), teve uma variedade de consequências (políticas, económicas e sociais) que tornou o Estado incapaz de responder convenientemente as distintas necessidades da sociedade. No campo educativo, muito particularmente, o Estado foi (e continua a ser) incapaz de inserir todas as crianças no sistema geral de ensino, verificando-se ainda hoje uma cada vez mais acentuada desproporcionalidade entre a procura de salas de aulas por parte das populações e a oferta dos serviços educacionais, por parte do Estado. Um outro problema paralelo, que condiciona o acesso à escola está relacionado com as dificuldades que as famílias enfrentam no acesso ao registo civil.
Embora no período colonial já se pudesse falar da participação da rede privada no processo de educação e ensino (Zassala, 2003: 19), o mesmo já não se verificou no período que se seguiu a independência, durante a Primeira República, pois na altura, por razões de opção política , a actividade docente-educativa era de única e exclusiva responsabilidade do Estado, tendo este confiscado os edifícios escolares outrora pertencentes a agentes privados, mormente instituições religiosas e não só.
Convém, também, realçar que durante a Primeira República, além das escolas públicas, a actividade docente-educativa era também assegurada pelas famosas explicações que, não só

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