O grito dos esquecidos uma abordagem sobre o graffiti em São Paulo
“JULIO DE MESQUITA FILHO”
Instituto de Artes Unesp
Teoria e crítica da arte II
Omar Khouri
O grito dos esquecidos uma abordagem sobre o graffiti em São Paulo
“eu comecei, então, a prestar um pouco mais de atenção e a perceber o SPRAY como manifestação válida da CONTRA-CULTURA na sua ligação íntima com a POESIA MARGINAL. Principalmente a POESIA MARGINAL mais avançada, porque grande parte dela é bastante conservadora, careta. Essa é a verdade.” Décio Pignatari A palavra grafite veio do Grego GRAPHEIN, que inicialmente significava “sulcar, arranhar”. Como era desta maneira que se escrevia em tabletes de argila, o sentido da palavra passou a “escrever” e hoje compõe outras como “caligrafia”, “datilografia”, “estenografia”, etc. Em Latim, GRAFFIO significava um arranhão, um risco no material. Assim os antigos turistas escreviam seus nomes nos lugares visitados. Esse hábito remonta às épocas antes de Cristo. Em São Paulo ocorrem dois fenômenos singulares no que se conhece como grafitti. Há uma dicotomia politica e culturalmente assumida que o divide entre grafite e pichação. Não há essa distinção no resto mundo, graffiti e pichação são a mesma coisa. Não importa se você fara uma bela ilustração ou uma inscrição rustica na parede, é ilegal e está ai sua essência. Paradoxalmente o “Pixo”, nome dado a pichação característica de São Paulo, chega mais próximo as origens etimológicas da palavra grafite do que o que é considerado grafite. O que veio a ser o que conhecemos em São Paulo como grafite fine art é o tipo de intervenção urbana que se aproxima mais do termo “street art”, feitas nos muros como uma intervenção urbana autorizada, muitas das vezes inócua e decorativa. Dividindo os espaços com os grafites, estão os “pixos”, marcas rusticas, inscrições que tomam