O grande tempo da cultura
Segundo Irene Machado (1995) os gêneros discursivos são uma manifestação cultural. A autora compara os gêneros como uma cadeia em grande movimento entre pessoas fazendo uso da linguagem, não só entre interlocutor e o receptor. (p. 158)
No parágrafo seguinte Irene (1995) fala que o gênero não pode ser pensado fora do espaço- temporal, que segundo autora, é conhecido na teoria dialógica dos gêneros apresentado pó Bakhtin como o cronotopo. Essa teoria significa tempo e espaço. Bakhtin demonstrou em sua teoria do cronotopo que o gênero adquiriu uma existência cultural, e passa a ser a expressão de um grande tempo das culturas e civilizações. E que na teoria do dialogismo,o gênero está inserido na cultura , em relação a qual se manifesta como “memória criativa” onde estão armazenadas grandes conquistas das civilizações e descobertas importantes sobre os homens e suas ações no tempo e no espaço. (p. 158-159) Irene machado (1995) argumenta que na teoria do cronotopo Bakhtin afirma que na literatura “o gênero vive do presente, mas recorda o seu passado, o seu começo”, que o gênero tem uma existência cultural, e eliminando, portanto, o nascimento original e a morte definitiva. (p. 159)
Segundo Irene, M (1995) os principais pontos da abordagem cronotópica dos gêneros podem ser sintetizados pelos que se segue.
a) Como todos os sistemas da cultura as obras são fenômenos marcados no espaço e no tempo, ou seja, as obras têm prolongamentos apontados para o futuro.
Ex: as obras de Shakespeare, sobretudo os gêneros : formas de linguagem carnalizadas, farsas, mistérios, etc.
b) A cultura é uma unidade aberta, não sistema fechado em suas possibilidades.
Exemplo clássico de Bakhtin nos fala é que “os gregos não sabiam de se mesmo o mais importante; não sabiam que eram antigos e nunca se denominaram assim”.
c) Compreender um sistema cultural é dirigir a ele um olhar extraposto.
É falso acreditar que se compreende uma cultura simplesmente