O Governo de Alende
Em 1970 salvador Allende foi eleito presidente do Chile, representando a Unidade Popular. Esse agrupamento político era formado por socialistas, comunistas, setores católicos e liberais do partido Radical e do Partido Social Democrata, e contava com grande apoio dos trabalhadores urbanos e camponeses.
O governo Allende pretendia "construir uma sociedade socialista em liberdade, pluralismo e democracia" e estava comprometido com o processo de nacionalização da economia, com a reforma agrária e com a elevação do nível de vida dos trabalhadores, ou seja, acreditava que as reformas sócio econômicas graduais pudessem fortalecer as massas trabalhadoras e ao mesmo tempo e ao mesmo tempo destruir o predomínio econômico e imperialista, abrindo caminho para a construção de uma sociedade socialista.
Durante o primeiro ano de governo foram realizadas importantes mudanças, incluindo a reforma Constitucional de 1971, que passou a considerar como propriedade do Estado todas as riquezas do subsolo.
No entanto, as pressões do imperialismo norte americano e das elites chilenas fizeram-se sentir a partir do ano seguinte, destacando-se o lockout ( paralisação) dos proprietários de caminhões, responsável por grave crise de abastecimento e uma série de boicotes contra o governo popular.
Cabe destacar que a importante vitória da Unidade popular em 1970 e as medidas progressistas do governo desde então, não eram uma garantia de poder completo, na medida em que as demais instituições do Estado - o Congresso e o Poder Judiciário - continuavam sob controle da burguesia. Se de um lado as forças de esquerda exigiam maior radicalização para superar os obstáculos impostos, por outro, os setores conservadores do próprio governo exigiam maior flexibilidade com o objetivo de superar as dificuldades. Nesse sentido Allende incorporou à seu ministério alguns militares legalistas, garantindo a estabilidade institucional, fato que permitiu a vitória da Unidade Popular nas