O GOLPE DE ESTADO NO CHILE DE ALLENDE NA CASA DOS ESPÍRITOS
Amaryllis P. Nascimento
Eliane G. Mac-Ginity
José Luiz Silva Preiss
A literatura, além de uma forma de entretenimento, traz à tona a reflexão do autor sobre o momento em que este vive, por isso, em determinados casos, é um relato histórico. Isto é o que ocorre com o romance “A Casa dos Espíritos”, escrito por Isabel Allende, em 1982. A autora, através do realismo fantástico, mescla a realidade com a história de uma família tradicional chilena contada sob a ótica de alguns personagens, que são acompanhados por visões e previsões, caracterizando este tipo de literatura.
Iniciamos a exposição a partir de uma breve análise do realismo fantástico, passando à contextualização histórica e aos pontos escolhidos para comparação e análise. Lembramos que é a partir da leitura da obra, acima citada, que demos prosseguimento ao artigo.
Considerando o estilo literário da obra analisada, realismo fantástico ou mágico na literatura, mais explicitamente, o sobrenatural, podemos encontrá-lo nas mais diversas histórias. Jorge Luis Borges (autor argentino) afirma que o fantástico é o elemento presente desde os primórdios da literatura.
Ë difícil definir que obras pertencem ao estilo, uma vez que o termo fantástico já foi usado amplamente como sinônimo da literatura que se contrapunha ao realismo literário, que transgredisse as leis de causalidade.
Neste contexto encontramos um universo: o maravilhoso, o estranho, o sobrenatural, o inexplicável, as rupturas com o real; e um grande número de obras. Na América Latina podemos citar escritores como Horacio Quiroga,
Leopoldo Lugones, Jorge Luis Borges, Adolfo Bioy Casares, Julio Cortazar,
Alejo Carpentier, Gabriel García Márquez, Isabel Allende, ainda que haja diferenças entre suas obras.
“A literatura fantástica alcançou especial importância na América Latina no século XX quando se verificou a crise do romance modernista e a compreensão da