o futuro transumano
Uma das tendências, segundo especialistas, é a integração da tecnologia a nossos corpos – uma espécie de hibridização. Seguindo o movimento que ocorreu ao longo do século 20, de miniaturização dos artefatos tecnológicos, estes ficariam tão pequenos a ponto de serem incorporados a nosso organismo e conectados a nosso sistema nervoso. “Isso não é tão assustador quanto parece”, observa o cientista da computação Fabio Gandour, chefe de pesquisa da IBM Brasil. “O celular é o dispositivo mais popular da atualidade. Se ele estivesse dentro do nosso corpo e mantivesse sua funcionalidade, as pessoas achariam tão ruim assim?”, provoca. andour conta que esse caminho foi aventado pelos cientistas da computação norte-americanos Marvin Lee Minsky e Seymour Papert no livro Perceptrons, publicado em 1969. A obra é considerada um marco no campo de estudos das redes neurais artificiais.
Com o avanço dessa hibridização, haveria uma escala de radicalidade na adoção da tecnologia, com alguns indivíduos optando por todas as modificações possíveis e outros sendo mais contidos. “Num horizonte mais distante, nos questionaríamos sobre qual é o limite entre o natural e o artificial. A fronteira entre os dois seria estilhaçada e teríamos uma proliferação de formas” sugere o físico Luiz Alberto Oliveira, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). “Mais além, haveria a possibilidade de se desenvolver tecnologias que permitam transferir a mente de um indivíduo para um computador ou para outro corpo ou máquina.”
Para Oliveira, essas