o futuro da etica
A comunidade foi despertada para a reivindicação participativa e tem adquirido treino social progressivo. Já se reivindica mais, já se fiscaliza a atuação do homem público e das instituições, já se cobram coerência e transparência. Parece chegado o momento de inverter a perversa equação reinante, traduzível por uma insensibilidade quanto à coisa pública, considerada res nullius (coisa sem dono).
A Universidade poderá colher os frutos dessa participação consciente da cidadania. A conquista de estágio mais condigno para a nação brasileira, aspiração de um Estado de Direito de índole democrática, está condicionada a um salto qualitativo na educação. E um projeto consistente de educação integral se subordina à formação de quadros, tarefa indelegável da Universidade.
A preocupação com uma educação mais consistente, otimizadora de seus instrumentos e resultados, não é apenas brasileira. Mas o Brasil é um país que necessita muito mais do que os outros de um tratamento sério para o tema. Todos os males brasileiros residem na educação.
Miséria, exclusão, corrupção, maltrato da coisa pública, destruição da natureza, violência, nada existe de ruim que não possa ser atribuível à falência do projeto educativo de uma sociedade heterogênea.
A Educação para o presente século, o século XXI, se assenta sobre quatro pilares: aprender a ser, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a conhecer . Na visão de Basarab Nicolescu, Presidente do Centro Internacional de Estudos e Pesquisas Transdisciplinares-CIRET, "há uma transrelação que liga os quatro pilares do novo sistema de educação e que tem sua origem em nossa própria constituição como seres humanos. Uma educação só pode ser viável se for uma educação integral do ser humano. Uma educação que se dirige à totalidade aberta do ser humano e não apenas a um de seus componentes" . Depende de toda a sociedade brasileira investir nesses quatro pilares, para converter a Universidade em um