O filósofo esquerdista de boteco
Não vou, aqui, falar mal da democracia. Ela é cheia de defeitos, mas é notadamente o que de menos pior temos quando nos referimos a regimes políticos.
Não sou especialista no assunto, mas a vida antes do contrato social não devia ser das mais aprazíveis. Qualquer um que tenha lido Hobbes deve entender o que digo. E entende bem a natureza humana.
Também não me venham chamar de antidemocrático por criticar a democracia, pois isso seria inteiramente - aí, sim - antidemocrático.
Há uma tendência nas democracias de estabelecer o que alguns chamam de tirania popular.
Vou explicar melhor: desde a Grécia antiga há um certo consenso filosófico , visto com amplitude em Platão e Aristóteles, de que existem homens mais e menos virtuosos. Os melhores lideram, ou não tão bons seguem.
Maquiavel volta ao assunto em "O Príncipe" - livro que, por ser tão verdadeiro, dá ânsias em quem defende a igualdade - quando diz que um príncipe virtuoso é aquele que diminui a influência da "fortuna", do destino. O virtuoso, ou seja, aquele que tem coragem, enfrenta melhor a fortuna.
A Democracia sempre lida com dois princípios opostos e tenta equilibrá-los: a liberdade e a igualdade.
Nas sociedades em que é dada maior liberdade `as pessoas, é comum que suas diferenças sejam acentuadas. Mas, ao mesmo tempo, ela é a "chave da capacidade criativa e empreendedora" segundo o filósofo brasileiro Luiz Felipe Pondé.
Quando, ao contrário, a igualdade é mais acentuada, amplia-se a mediocridade.
O pensamento Marxista ama a mediocridade. O homem, quando considerado igual - e não me refiro aqui `a igualdade jurídica, pois essa é primordial - perde a chama progressista, não produz riqueza e tende facilmente `a inércia.
A ditadura do proletariado, proposta por Marx, é uma piada. Pondé sabiamente também diz que "confiar na bondade do povo e na sua capacidade de regulador da democracia é confiar nos modos de um leão `a mesa". Só pra deixar claro, tampouco acredito