O estado do mundo
Durante milénios, os seres humanos eram apenas mais uma espécie no Planeta Terra. A partir da Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, a evolução tecnológica permitiu ao Homem auspiciar a se tornar independente dos caprichos e limitações da Natureza. As produções agrícolas puderam ser controladas e, mais tarde, manipuladas para benefício de uma população crescente. Pôde-se aumentar os níveis de conforto e qualidade com o aparecimento de uma míriade de máquinas e instrumentos que permitiram uma multiplicação de bens e produtos de consumo. Os avanços médicos conseguiram aumentar a longevidade e trazer maior qualidade e conforto à vida das pessoas. Enfim, o Homem chegava a um nível onde supostamente dominava e usava a seu bel-prazer a própria Terra.
Mas este duro caminho foi traçado com um rol de vítimas. E o Planeta Terra, em tudo aquilo que respresenta, terá sido a maior. Nos últimos 30 anos, quando o alerta já tinha sido dado em várias situações, a degradação ambiental não parou de se agravar, apesar das convenções e acordos internacionais que foram sendo assinados e das subsequentes promessas. O último relatório do World Wildlife Fund (WWF) demonstra mesmo que foi a partir dos anos 70 que a pressão humana se intensificou para níveis perigosos. De acordo com o WWF, a “pegada ecológica” do Homem – medida pelo uso humano dos recursos renováveis – cresceu 80% entre 1961 e 1999, situando-se 20% acima da capacidade total de produtividade biológica da Terra. Para que houvesse um equilíbrio, para satisfazer as suas necessidades, cada ser humano não deveria usar mais do que os recursos naturais equivalentes à produtividade de 1,9 hectares de solo. Contudo, o valor médio actual de exploração dos recursos naturais é já de 2,3 hectares per capita, sendo que nos países mais industrializados ainda é muito mais elevado. Com efeito, segundo a WWF existem cerca de três dezenas de países que ultrapassam os 4 hectares per capita, destacando-se, por