O esquecedor e sociedade de informação
Sociedade da Informação
Wilson Gasino
Os avanços da eletrônica neste século mudaram a forma como as pessoas têm acesso e lidam com a informação. O telégrafo, o telex, o rádio, a televisão, o fax e, recentemente a
Internet, abriram um mundo novo, possibilitando ao ser humano receber em pouco tempo um volume de informações inimaginável até então.
Essa aceleração da informação trouxe enormes benefícios em termos de avanço científico, comunicação, lazer, processamento de dados e busca do conhecimento. Mas também trouxe ao ser humano o dilema da saturação da informação. A máquina, substituindo o papel, passou a ser a forma mais prática e fácil de acumular e gerenciar dados. A máquina passou a ajudar o homem a se lembrar, ampliando a capacidade de memória da humanidade.
O homem, definido pelo poeta clássico grego Píndaro como "aquele que esquece", "o esquecedor", pensou que a máquina poderia ajudá-lo a lembrar. Mas a máquina multiplicou o número de informações com que o homem lida a cada dia, chegando a níveis absurdos. Hoje, uma pessoa pode ter acesso num só dia a um número equivalente de informações que um sujeito teria a vida inteira na Idade Média. De acordo com uma pesquisa recente feita pela
Price Waterhouse, o volume de conhecimento necessário para se manter atualizado no mundo dos negócios dobra a cada ano.
São milhões de bits, ondas, cifras, códigos, imagens, símbolos, sons e signos que se fendem, multiplicam, misturam e sobrepõem a cada segundo, gerando muito mais confusão do que esclarecimento. A informação que vale neste instante pode não valer no próximo e, olhe lá ela, voltando, travestida de novidade verdadeira em apenas um segundo.
Os cérebros se tornam verdadeiras esponjas, onde a informação entra num momento e, já descartável, é atirada ao lixo da memória, logo em seguida. As pessoas se expõem ao estresse informativo, recebendo esse bombardeio desordenado, sem ter controle sobre isso e sem saber como se