“O escafandro e a borboleta”: um olhar a partir da psicomotricidade
“O escafandro já não me oprime tanto, e o espírito pode vaguear como borboleta” (BAUBY, p.9, 2008)
O presente trabalho, enquanto exigência da disciplina de "Psicomotricidade", tem como objetivo principal realizar uma análise acerca do filme "O Escafandro e a Borboleta", relacionando-a com os cortes epistemólogicos que foram um marco na história da Psicomotricidade. Para tanto, será explanado um breve resumo sobre o filme, assim como menções sobre os cortes da Psicomotricidade, a fim de elaborar a referida análise.
O filme "O Escafandro e a Borboleta" relata a história de Jean-Dominique Bauby, um homem nascido em 1952, jornalista, que trabalhava como editor-chefe da revista "Elle". Em 8 de dezembro de 1995, um acidente vascular cerebral o deixou em coma profundo, e, ao se recuperar do coma, todas as suas funções motoras estavam comprometidas, impedindo-o de se mover, comer, falar. Jean-Dominique havia sido vítima de uma síndrome rara chamada "locked-in syndrome", na qual o sujeito se mantém num estado normal de consciência, no entanto, é incapaz de se comunicar verbalmente ou mover voluntariamente os músculos do corpo, com exceção do piscar de olhos.
A psicomotricidade é definida como uma “ciência que tem como objetivo de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas." (S.B.P 1999). Vale ressaltar que as diferentes formas de intervenção da psicomotricidade acompanharam os diferentes significados que o homem foi dando a relação corpo-mente ao longo da história, resultando nos três cortes epistemológicos, os quais serão abordados a seguir.
As noções de corpo vigentes no primeiro corte epistemológico da história da