O enigma sistêmico das relações públicas como expressão da fragilidade de sua doutrina
Clóvis de Barros Filho
Professor doutor; coordenador de Programa de Mestrado USP/ESPM, SP
Fernanda Branco Belizário
Mestranda; graduada em Relações Públicas USP, SP
Resumo
O objetivo deste trabalho é contrapor a teoria das relações públicas com os ditames da escola estruturalfuncionalista. Ao analisarmos as posições ocupadas pela atividade do relações públicas dentro da teoria sistêmica, encontramos diversas incongruências que, inclusive, inviabilizam a aplicação deste paradigma na abordagem científica comunicação institucional. Sustentemos que essas contradições são causa e reflexo de uma identidade profissional ainda em processo de formação. Palavras-chave: relações públicas, estrutural-funcionalismo, identidade profissional
Introdução
Os doutrinadores de relações públicas insistem em considerar a teoria sistêmica sua base fundadora. Porém uma análise das explicações sobre a atividade de relações públicas e uma exposição teórica sobre os sistemas nos levam a identificar contradições que inclusive denunciam a impertinência do paradigma funcionalista como fundamento conceitual. Certamente, essas discrepâncias são reflexo de uma fragilidade da identidade do profissional e pesquisador das relações públicas originada na falta de constituição de um campo científico propriamente dito. Em um contexto onde percebemos uma preocupação dos profissionais de relações públicas sobre a consolidação de sua doutrina e o estabelecimento de uma identidade definida de sua atividade, este trabalho pretende expor as incoerências teóricas da doutrina das relações públicas quando se dizem fundadas na escola estrutural-funcionalista. Para isso, utilizaremos excertos da obra da profa. Margarida Maria Krohling Kunsch. Esta escolha se justifica não só pelo reconhecimento dos pares no campo pátrio da comunicação como pela preocupação que demonstra com a revisão bibliográfica de autores