O enigma das interseções: classe, ”raça”, sexo, sexualidade. A formação dos impérios transatlânticos do século XVI ao XIX
”raça”, sexo sexo,, sexualidade.
A formação dos impérios transatlânticos do século XVI ao XIX*
Resumo
esumo: Este artigo aborda as interseções que se desenvolveram no império colonial espanhol entre relações de gênero, concepções de sexualidade feminina, honra familiar e a ordem do
Estado. São analisadas as formas como as múltiplas normas morais, sociais, jurídicas e religiosas relativas à sexualidade e às relações entre mulheres e homens interagiram com as desigualdades sócio-políticas na experiência colonial ibérica. O Novo Mundo proporciona um exemplo especialmente claro das interseções dinâmicas entre as idéias e os ideais contemporâneos sobre sexo/gênero, raça/etnicidade e classe social que se refletem nos novos sistemas de identificação, classificação e discriminação social que se forjaram na consolidação da sociedade colonial ibero-americana. Torna-se exemplo também das conseqüências que a moralidade sexual e os estereótipos de gênero prevalentes tiveram para todas as esferas da vida das mulheres.
Palavras-chave
alavras-chave: colonialismo ibérico, moralidade sexual, genealogia e honra familiar, mestiçagem. Dois mundos Deus colocou nas mãos de nosso soberano católico, e o Novo não se assemelha ao Velho, nem em seu clima, nem em seus hábitos, nem em seus habitantes; ele tem um outro corpo legislativo, outro modo de governo, sempre porém com o fim de torná-los semelhantes. Na
Velha Espanha apenas uma casta de homens é reconhecida; na Nova, muitas e diferentes
(Arcebispo Francisco A. Lorenzana do México, de 1766 a
1772, citado em Ilona KATZEW, 1996, p. 8).
Copyright 2006 by Revista
Estudos Feministas.
*
Publicado em MEADE, Teresa A., and WIESNER-HANKS, Merry E.
(eds.). A Companion to Gender
History. Oxford: Blackwell, 2003.
Blackwell Companions to History
Series. Traduzido e publicado com autorização da autora.
Aber tura Abertura
Em 1752 um Dr. Tembra do México emitiu a