O engenheiro dos novos tempos e as novas pautas educacionais
TEMPOS E AS NOVAS PAUTAS EDUCACIONAIS
Maria Candida Moraes1
Quais são as qualificações técnicas e os atuais atributos culturais do engenheiro recém-formado que estão sendo requeridos pela comunidade empresarial? Qual é o perfil profissional ideal do engenheiro do ano 2002? Como formar este novo engenheiro que vem sendo requerido pela sociedade atual? Como educá-lo para uma sociedade em transformação, para um mundo globalizado que, ao mesmo tempo, exige a preparação para o mundo do trabalho mutante e, acima de tudo, requer a sua preparação para dialogar com o mundo e com a vida?
Será possível preparar o indivíduo para a instrumentalização, a humanização e a transcendência? Com que paradigma educacional? Com que ferramentas? Qual é o papel da educação na capacitação deste novo engenheiro para o século XXI?
Inúmeras são as questões que nos afligem às portas do século XXI quando se trata da capacitação do profissional para atuar no novo século independentemente de sua área profissional. Tradicionalmente, sabemos que a educação vem tentando ser um instrumento de preparação do futuro profissional para o mundo do trabalho, oferecendo informações armazenadas pela
cultura e ajudando no processo de construção dos conhecimentos
técnicos para que possa “vencer na vida” e realizar-se como pessoa e como profissional em sua área de atuação.
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Doutora em educação. Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo.
Mas, independentemente da área do conhecimento humano, percebemos que a educação está cada vez mais distanciada do mundo e da vida e não oferece os instrumentos técnicos para que o indivíduo possa ser competente na linha profissional escolhida, continuando frágil e incompetente demais para ser uma educação transformadora, mantendo-se isolada dos processos de transformação política, econômica e social. É uma educação dissociada do mundo e da vida,