O enfermeiro e sua relação com a doação de órgãos
1 Transplante de órgãos no Brasil e Epidemiologia
Segundo a Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (ADOTE), a substituição de um órgão ou um tecido irremediavelmente doente que compromete a vida de uma pessoa é denominada transplante. O objetivo do transplante é salvar ou melhorar a qualidade de vida de indivíduos com doenças crônicas incapacitantes ou terminais. Um órgão ou tecido transplantado recebe o nome de enxerto, que pode receber outras denominações de acordo com sua origem (ADOTE 2011). Há várias denominações aplicadas ao transplante como: o autotransplante é o transplante de tecidos de uma parte para outra do corpo de uma mesma pessoa, o isotransplante ocorre entre doadores e receptores gêmeos, ou seja, geneticamente idênticos, no alo transplante o doador e o receptor é da mesma espécie, mas geneticamente diferentes; o xenotransplante é realizado com enxerto de espécies diferentes, onde é transplantado um enxerto de origem animal no homem (ADOTE 2011). No Brasil, o transplante de órgãos e tecidos teve início em 1964 no Rio de Janeiro e, em 1965, na cidade de São Paulo, com a realização dos dois primeiros transplantes renais no país, em 1968 ocorreu o primeiro transplante cardíaco no país (COSTA, 1998). Para Pereira (2000), a retirada de múltiplos órgãos foi padronizada somente na década de 80, com o surgimento de drogas imunossupressoras e o desenvolvimento de uma solução de conservação de órgãos, levando os resultados de transplantes de rim, coração, pulmão e fígado a atingirem sobrevida de 80% em dois anos. A Enfermagem, que incorpora o saber de várias ciências em sua formação profissional, dentre elas, a administração que compreende quatro processos principais interligados: planejamento, organização, execução e controle, se fez presente e atuante desde a realização do primeiro transplante no Brasil (CINTRA,SANNA, 2005). Cintra e Sanna (2005) referem que para obter o devido