O empresariado, a filantropia e a questao social
(Elizabeth de Melo Rico)
O texto de Elizabeth de Melo Rico demonstra que a filantropia empresarial é um setor em crescimento e que representa algo novo, não só no cenário organizacional, mas também no cenário da sociedade brasileira. Esse “algo novo” caracteriza-se pela Gerência Social das entidades sociais, que vem ocorrendo nos últimos anos, causando uma inovação. Para compreender o significado de filantropia empresarial, é preciso entender a sua inserção no chamado Terceiro Setor e sua ação na área pública, com recursos privados. É importante fazer algumas considerações sobre o terceiro setor. Laster Salomon considera que este é composto por organizações: - que não integram o aparelho governamental; - que não distribuem lucros a acionistas ou investidores, nem têm tal finalidade; - que se autogerenciam e gozam de alto grau de autonomia interna; e - que envolvem um nível significativo de participação voluntária. Percebemos que a expansão das atividades associativas civis, em especial a partir dos anos 70, é uma resposta contundente ao fato de que o mercado e o governo não conseguem, dar conta do enfrentamento de uma série de questões que vão desde problemas ecológicos aos direitos de minorias, ao desemprego, aos sem-terra, aos aposentados, etc. A empresa cidadã atua nos espaços do mercado e do Estado, propondo-se a colaborar com este no que se refere à implementação de políticas e programas sociais. Reconhece a incapacidade atual do Estado em enfrentar sozinho os problemas sociais, mas entende que a responsabilidade pela Gestão de Políticas e Programas de erradicação da pobreza é sem dúvida sua competência (do Estado). No patamar da Globalização e internacionalização de capitais tem havido uma novidade na relação entre Estado e Mercado e destes dois com a Sociedade Civil. Dentro desse quesito, a questão social ganha maior