O dinheiro acima do amor
Henrique não gostava que sua filha fosse para a fazenda porque havia animais perigosos que poderiam machucar ela, e para que ela não descobrisse que muitas vezes os animais sumiam porque Henrique os sacrificava ou os leiloava. Para evitar aborrecimentos, colocou uma cerca entre a casa onde moravam e o estábulo dos cavalos e o local onde os outros animais ficavam. Patty todos os dias implorava para seu pai um animal de estimação para cuidar, amar, se entreter durante os dias e para brincar mais, pois a fazenda onde viviam era distante da cidade e ela não tinha muitos amigos para se divertir. Henrique sempre respondia para a menina que não, que ela não poderia ter um animal de estimação, pois para ele os animais eram bichos selvagens, agressivos, que não tinham compaixão e não sentiam amor pelos humanos. Em um belo dia de calor, Patty brincando de esconde-esconde em sua casa, praticamente sozinha, escondeu-se atrás da porta do quarto de seus pais, e quando ouviu seus pais entrando no quarto discutindo, ficou em silêncio só escutando tudo o que era dito. - Lúcia, hoje nasceu outro porco anão, sem utilidade para nada e assim ninguém vai querer leiloá-lo, vamos ter que sacrificá-lo para não ficar ocupando espaço no cativeiro. – disse Henrique em voz baixa. Quando Patty ouviu seu pai falando uma crueldade dessas, de sacrificar o coitadinho do porquinho, logo saiu de tráz da porta do quarto aos berros. -