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Irmãos Naves
O caso dos irmãos Naves refere-se a um grave erro judiciário que condenou dois inocentes. Aconteceu em Araguari (MG) em 1937. Os irmãos Sebastião e Joaquim Naves eram trabalhadores rurais e tinham como sócio Benedito Caetano, que realizou a venda de um carregamento de arroz obtendo, com isso, uma grande quantia em dinheiro.
Benedito desaparece de Araguari levando consigo o dinheiro. Os irmãos Naves comunicam o fato à polícia que inicia as investigações, coordenadas pelo Delegado Francisco. A opinião pública cobra resultados e o delegado sem provas concretas formula a convicção de que os irmãos são responsáveis pela morte de Benedito e pelo roubo do dinheiro eles foram condenados por latrocínio. Para obter a confissão, os irmãos Naves e seus familiares são submetidos aos mais cruéis métodos de tortura, violência, ameaças e coação.
Os irmãos permanecem presos aproximadamente por 20 anos, e durante esse tempo foram torturados, ameaçados de morte a todo instante, tiveram longos 20 anos de terror, toda vez que eles eram interrogados, os irmãos negavam o crime que não havia cometido até que o delegado da cidade ameaçou a torturar até a morte a sua mãe se eles não confessassem o crime, foi aí que eles preferiram mentir para livrar sua mãe da morte.

O advogado de defesa tentou de todas as maneiras provar a inocência dos acusados, mas ao final de longo processo, os Naves foram considerados culpados, mesmo sem comprovada a materialidade do delito. Muitos anos depois, o sócio que tinha desaparecido da cidade ressurge e esclarece os fatos. Joaquim já era falecido a essa época. Após revisão os irmãos foram inocentados em 1953. Somente em 1960 Sebastião e os herdeiros de Joaquim recebem a indenização do Estado. O caso é pautado no desrespeito total as Leis, aos Direitos Humanos e aos Direitos Fundamentais.
O grande erro de todo o processo criminal foi a não averiguação dos fatos a falta de uma perícia competente que pudesse obter provas contra os irmãos,