O despertar da primavera
Frank Wedekind
Personagens
Melchior Gabor
Moritz Stiefel
Wendla Bergman
Hanschen Rilow
Ernst Robel
Martha Bessel
Thea
Ilse
Sra. Bergman
Sra. Fanny Gabor
Sr. Gabor
Ina Muller
Reitor Sonnenstich
O Homem
Alemanha, 1890. O despertar da sexualidade. Um drama naturalista que aos poucos se liberta adquirindo realismo e a compreensão do espetáculo como arte (irmão da poesia e da pintura) - Expressionismo. É um diálogo sobre a evolução da encenação, exibindo os romanescos e ingênuos casos adolescentes, gerando um impasse entre os pontos de vista social e individual. É uma peça de plenitude, com a vitalidade de todas as grandes obras que levanta a bandeira da liberdade e vibra para a ultrapassagem das fronteiras e dos tabus que marcam o final do século com fogo."
MELCHIOR: “Frio, muito frio. Queria abrir um buraco e me enterrar, mas não dá. Eu passei por tantas mortes e quase não chorei. Mas, às vezes, dependendo de como o sol se põe por trás da ponte ou de como as nuvens se debatem formando espirais de chumbo no céu, aí eu choro... Um choro que me sacode, que vem em soluços. Eu me entrego sem resistência, em espasmos de tristeza. Eu choro pelo fim da inocência, pela escuridão do coração humano e pela falta que me fazem o meu amigo (sempre os sonhos entre nós) e o meu amor - agora eu sei que era amor. Desculpe, eu esqueci de dizer o meu nome: é Melchior.”
ILSE: “A alma humana é um abismo - que merda! A Morte já esbarrou em mim tantas e tantas vezes. Eu perdi a conta de quantas vezes o Heinrich pôs o revólver dentro da minha boca e ameaçou: "É hoje, Ilse!". Mas eu entendo o Melchior Gabor. É que comigo, bom, comigo é diferente... Parece que ela não vai me pegar nunca - ou, pelo contrário, um dia, quem pega a Morte de surpresa sou eu!”
HANSCHEN: “Eu não sou muito de sentimentalismo. Por isso eu vou ser bem prático e claro. Meu nome é Hanschen. Hanschen Rilow. É verdade que um monte de coisas aconteceu desde a última