O deserto da vida do cristão
Não obstante, o deserto, que antigamente tinha a ver simplesmente com um lugar físico ou mesmo com o estilo de vida de alguns monges do século IV levavam, em que escolhiam se isolar com a finalidade de viver uma vida em busca da espiritualidade, hoje é mais que um lugar físico ou um momento de escassez, é (e deve ser) uma condição de autoindução ou induzida pelo Espírito Santo para que tenhamos tempo para ficar a sós com Deus.
No deserto saímos da correria do dia a dia, ficamos em silêncio e percebemos que o tempo já não é o mais importante, mas sim o quanto estamos prontos para ouvir a voz de Deus. É no deserto que estamos atentos e prontos para que Deus se manifeste a nós, como se manifestou na sarça ardente a Moisés (Êxodo 3:1-4). Nesse momento, não somente falamos com Deus, mas nos tornamos disponíveis para ouvir Ele falar, seja em voz audível ou através de sua palavra.
O deserto deve ser para nós um tempo de aprendizado e de desenvolver um relacionamento profundo com Deus. Assim, antes de tudo, mais que uma geografia, como bem asseverou Ricardo Barbosa, o deserto é um “estado do coração diante de Deus e de nós mesmos” (SOUSA, 1998, p. 97).
Ademais, ao contrário do que muitos cristão pensam, o deserto não pode ser visto somente como um tempo difícil, “tempo de prova”, mas deve ser observado como um tempo necessário que nos levará a um encontro verdadeiro com Deus. É um tempo em que Deus costuma se manifestar ao seus servos. E todo encontro com Deus nunca nos deixa ilesos, mas sempre provoca uma