O Desafio de se Pensar os Povos Indígenas do Nordeste
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
CIÊNCIAS SOCIAIS – 2011 / 01
Disciplina: Antropologia Brasileira
Professora: Ana Beatriz Vianna Mendes
Aluna: Daniela Maria Medioli
O Desafio de se Pensar os Povos Indígenas do Nordeste
Sobre as emergências étnicas A tentativa deste ensaio é pensar o percurso dos povos indígenas do Nordeste brasileiro, e entender porque a autenticidade de suas culturas ainda é colocada em cheque por grande parte da população, mesmo depois do fortalecimento da etnografia e dos estudos antropológicos realizados na região. Para entender um pouco o processo pelo qual os índios do Nordeste passaram me valerei de alguns autores como Darcy Ribeiro e João Pacheco de Oliveira, por acreditar que suas obras e teorias expressem bem esse movimento. Nos dias de hoje ainda é possível ouvir com relativa freqüência comentários do gênero: não há mais índios no Nordeste; ou, eles não são índios, pois vestem roupas, falam português, tem escolas, moram em casas de alvenaria e recebem salários. Essa idéia permeia o senso comum de grande parte da sociedade brasileira, e está em grande medida relacionada à oposição do índio como o bom-selvagem, vivendo em estado de natureza. É certo que, esse índio puro, isolado, isento de qualquer influência externa, não existe nem no Nordeste, nem na Amazônia nem em lugar nenhum do Brasil. Porém, no caso de alguns grupos indígenas o contato com o mundo ocidental, há de se destacar, foi mais intenso, violento e nocivo, como é o caso dos índios do Nordeste, onde o contato com os europeus deu-se desde a chegada dos portugueses ao Brasil.
O Brasil foi oficialmente descoberto em 22 de abril de 1500. As primeiras caravelas que aqui chegaram, lideradas por Pedro Álvares Cabral, atracaram no litoral sul da Bahia, região atualmente conhecida como Costa do Descobrimento. O Nordeste foi assim, o primeiro território brasileiro à ser povoado e desbravado pelos europeus. Naquela época