O corpo na grecia antiga
O grande avanço das neurociências na atualidade vem permitindo compreender cada vez mais os diferentes circuitos neurais associados às diferentes funções mentais Contudo, questões fundamentais relacionadas à natureza da mente humana ainda permanecem em aberto. Essas questões, fundamentais nas ciências da mente contemporâneas, estiveram também presentes nas primeiras organizações antigas humanas. Desde os primórdios da humanidade e em diferentes civilizações antigas, como Egito, Mesopotâmia, Índia e China, observa-se a construção de diversas perspectivas acerca da relação mente-corpo, contemporâneas entre si e que refletem uma preocupação fundamental em compreender como ocorre a relação entre nossos corpos e os fenômenos mentais.
E de maneira similar às civilizações supracitadas, nota-se também na Grécia antiga a existência de tais preocupações. Na verdade, nenhuma outra cultura antiga deixou marcas ainda tão presentes como a civilização grega. Pode-se afirmar que a base de todo pensamento ocidental moderno encontra suas origens nesta civilização. Indo além, diversos conceitos encontrados na neurociência moderna possuem alguma origem nas diferentes especulações elaboradas pelos antigos filósofos e médicos gregos. As propostas feitas por esses pensadores a respeito de questões centrais - relacionadas com a fonte do pensamento humano, o mecanismo da atividade cognitiva e a natureza das emoções, percepção e movimento voluntário - ainda nos fascinam e contribuem pela originalidade e pela riqueza de suas implicações, marcando de maneira fundamental o pensamento científico e filosófico da Idade Moderna. Desse modo, é seguro afirmar que a cultura grega antiga serve como um marco na fundação do pensamento ocidental. É a partir desta civilização que surgem observações mais sistemáticas sobre estrutura e funcionamento do corpo, da mente e a relação entre estas duas entidades. Assim, o presente trabalho tem como objetivo apresentar as principais tentativas no