A carteira de trabalho: um passaporte para a inserção social do imigrante haitiano em porto velho- ro.
ANA PAULA PELLEGRINO GOTTARDI
Produção textual apresentada como requisito básico para obtenção de nota na Disciplina- Arqueologia da Amazônia: povoamento, sociedades e cultura material, do Mestrado Interinstitucional em História 2012/1 – PUC-RS e Faculdade Católica de Rondônia-FCR.
CACOAL 2012
INTRODUÇÃO
A cidade de Porto Velho, capital do estado de Rondônia, vem, nos últimos dois anos, recebendo grande quantidade de haitianos que são vistos comumente nas ruas, nos comércios e engrossando as filas do SINE- Sistema Nacional de Emprego, sendo facilmente reconhecidos pelo sotaque diferenciado e língua desconhecida pela população local1. Desde o terremoto que devastou o Haiti em janeiro de 2010, cerca de 4.000 haitianos chegaram ao Brasil pelas fronteiras da região norte do País. Ocupando o 7º lugar no ranking das maiores economias do mundo, com uma economia aberta e inserida no processo de globalização, apresentando um PIB de R$ 4,143 trilhões (2011), o Brasil encontra-se, atualmente, em bom momento de expansão, atraindo a atenção no exterior como terra de oportunidades. Mesmo ainda sendo o país da alegria, do futebol, do samba e das mulheres, o gigante sul-americano também se tornou o país das oportunidades: a velha terra da cuccagna 2 que os imigrantes buscavam, no final do século XIX, vive um processo de renovação. Essa nova situação produz um novo olhar no que se refere ao imigrante brasileiro, um contato novo que busca conhecer mais esse lugar de oportunidades, que questiona não os motivos da chegada (por que vieste para cá?), mas da saída (por que saíste de lá?). A inversão da pergunta