O conhimento empírico
5630 palavras
23 páginas
SELVAGGI, Filippo. Filosofia do mundo: Cosmologia filosófica. Trad. Alexander A. Macintyre.2. ed. São Paulo: Loyola, 2001, p. 13-32.Capítulo III
O CONHECIMENTO EMPÍRICO
1. Os f atares do conhecimento empírico
O primeiro contato direto do homem com a realidade mundana ocorre mediante a experiência, e o seu termo, o grau de inteligibilidade com ela obtido, é denominado conhecimento empírico. Na pessoa adulta, mesmo inculta, que tenha o livre e normal uso das faculdades cognoscitivas, essa experiência imediata e o conhecimento empírico dela derivado contêm sempre três fatores fundamentais que, embora distintos entre si, são todavia sempre indissoluvelmente associados mediante uma concatenação natural e espontânea pela qual se passa do primeiro ao segundo e do segundo ao terceiro e sem os quais não se teria um conhecimento verdadeiramente humano. Os três fatores são a sensação externa com os diversos sentidos específicos, a percepção ou sensação interna global e o conhecimento e o juízo intelectivos. Serão eles o objeto da análise seguinte.
A. A sensação externa, como primeiro fator do conhecimento empírico, é a atividade própria dos órgãos específicos de sentido, a visão, a audição, o olfato, o gosto e o tato, que compreende o sentido da dureza e da forma, o sentido térmico, dolorífico e muscular.[1] Na
60 sensação o homem não só recebe nos seus órgãos sensoriais a ação da realidade física circunstante, mas também reage psiquicamente ao estímulo, segundo a natureza específica de cada sentido, isto é, assimila intencionalmente, conhece o objeto segundo as diversas formalidades específicas fundadas tanto na natureza do objeto como na do sujeito. Também a sensação contém, portanto, um primeiro grau de objetivação: o que o sentido conhece não é o processo físico e fisiológico que se verifica no órgão sensorial nem tampouco a imagem imanente produzida no sujeito que sente. Por outras palavras, a sensação não é