O conceito de tempo na enéada iii. 7, e sua influência no conceito agostiniano de tempo
Wayner Lima waynercs@yahoo.com.br * RESUMO: Compreender o trabalho de Plotino acerca do tempo (Enéadas III, 7). Investigar sua importância e influência na construção da obra de Agostinho de Hipona (Confissões livro 11).
* PALAVRAS-CHAVE: Plotino; Enéadas; Alma; Agostinho de Hipona; Tempo.
Introdução
Neste trabalho pretendo traçar relações possíveis entre as obras destes dois pensadores e a importância dada a ela.
O que me motiva a realizar tal jornada é a falta de comentários acerca do tema, apesar de ser, evidente tal relação. Plotino é o ícone principal do Neo-Platonismo, autor de muitas obras, conhecido também pela sua cosmologia, por seu mundo que gira em torno do Um/Uno. Agostinho é um autor que notadamente bebe da fonte do Neo-Platonismo, por isso é de se esperar, que se encontre em seus escritos e principalmente, uma de suas mais conhecidas obras, a influência das idéias dessa escola clássica. Entre os diversos capítulos de suas Confissões, o capítulo 11 onde trata do tempo e da eternidade, talvez seja o mais conhecido, e é nele que irei concentrar meus esforços.
O tempo segundo Plotino
Plotino trata no capitulo 9, da questão da mensuração do tempo. Já que ele é movimento, como medir então tal movimento? Esse questionamento é pertinente, pois uma vez respondido, pode-se então entender de que forma se dá o tempo, ou de que coisas ele é composto.
“Se, então o tempo for esse tipo de medida, haver-se-á dito de que coisas ele o é, de movimentos, mas não ainda o que é ele mesmo.”
Mas se o tempo é algo infinito pode então haver um número que o mensure?
“Todavia, como o tempo existe e é considerado infinito, como poderia haver um número intrínseco à ele?” E é ainda nesse capítulo que Plotino esboça já a idéia da gênese do tempo através da alma, e finaliza propondo a tese de que é a alma que dá a magnitude para a mensuração do tempo. O décimo