O Conceito De Sociedade De Massa
Início do século XX. O mundo, ou ao menos os países desenvolvidos, assistem ao surgimento da sociedade de massa.
Por força das instabilidades, no panorama econômico, trazidas desde o advento da Revolução Industrial e acentuadas pela conversão do capitalismo liberal em monopolista, indivíduos são compelidos a abandonar as comunidades onde nasceram, cresceram e subsistiam. A produção de mercadorias artesanais, que ocorria dentro das pequenas vilas e cidades, predominante, na etapa pré-Revolução Industrial, abastecia-as de víveres e propiciava um pequeno comércio, fato que dava certa estabilidade a estes microsistemas e mantinha o interesse dos atores sociais nele inseridos em manterem este estilo de vida bucólico. Funcionava, portanto, como uma espécie de amálgama que viabilizava o prosseguimento desse tipo de arranjo social.
Essa produção artesanal logo sucumbiu frente à chegada de produtos manufaturados provenientes das grandes fábricas, confeccionados em larga escala, no ritmo da máquina, incomparavelmente mais rápida do que as mãos do artesão mais hábil. Vendo os pequenos negócios dos quais dependiam minguarem pela incapacidade de competir, os aldeões acabam por migrar para as cidades que concentram parques industriais, nos quais havia demanda por mão de obra, para venderem sua força de trabalho e garantir a sobrevivência dos seus.
A nova situação não se resumia à passagem de pequeno detentor dos meios de produção a assalariado. O indivíduo se via mergulhado numa realidade sociocultural, cujo ritmo e formas de interação eram diversos em relação a tudo o que vira e praticara até então.
Os laços comunitários com os quais estavam acostumados, próprios da vida pacata interiorana, a proximidade ou mesmo intimidade entre os integrantes conferia-lhes segurança sobre a posição que cada um ocupava dentro da coletividade. As famílias se conheciam de longa data, não raro a história dessa convivência entre elas remetia para um tempo