O conceito de saúde
A princípio, faz-se necessário dizer que a Carta de Ottawa foi um mecanismo de discussão, consolidação e organização de um conjunto de propostas à respeito da saúde mundial. Aprovada em 21 de novembro de 1986 em Ottawa, Canadá, a carta estava centrada nas necessidades dos países industrializados, contudo, como já se deve supor, o processo de promoção de saúde pública é uma questão inerente à todos os países e continentes do globo, sejam eles pobres ou ricos.
É sabido que apesar das conquistas e avanços obtidos nas conferências que sucederam a Conferência de Ottawa, por muito tempo prevaleceu o conceito de que saúde consiste na ausência de doenças – como sugeria a medicina do século XIX.
Por volta dos anos 70 do século passado a promoção de saúde tornou-se o novo formato da concepção de saúde internacional. Dessa forma, a ligação direta entre saúde e ausência de doença sai do protagonismo em que até então se encontrava. Nota-se que nesse período dois acontecimentos inspiraram essa nova concepção saúde: a missão à China e o movimento canadense de promoção à saúde. O primeiro apresentava uma abordagem inovadora para a medicina, com uma atenção primária de saúde. Já o segundo, em 1974, se respaldou em motivações politicas e econômicas a cerca dos enfrentamentos do aumento do custo da saúde e foi o primeiro documento oficial a utilizar o termo “promoção da saúde”.
O movimento canadense de promoção da saúde foi responsável por decompor o campo da saúde em quatro componentes: a biologia humana, o ambiente, o estilo de vida e a organização dos serviços da saúde. Deve-se atentar para o fato de que esses quatro componentes têm uma relação de interdependência entre si. Por hora, a biologia humana estuda todos os ramos da biologia de populações humanas, ecologia, adaptação e evolução humanas e, assim, norteia os posteriores estudos sobre como a interação do individuo no ambiente interfere na sua saúde.
Tal abordagem tinha como objetivo apresentar um