O conceito de pré-história da América
Falar de história antiga da América implica alguns fatores que são essenciais para a abordagem dessa dissertação. Primeiro, os métodos de estudo dessa América, que são a arqueologia, e o estudo da história indígena. Posteriormente, torna-se válido salientar a estigmatização que o conceito de pré história carrega consigo. Portanto, tem-se aqui, o objetivo de entender que um processo histórico já se desenvolvia neste continente, antes da chegada do europeu e que os povos indígenas foram fundamentais em nossa formação histórica. O termo pré-história parece ter sido utilizado pelas primeiras vezes no século XIX, quando a arqueologia ainda era muito recente. Logo, o termo pré-história era utilizado para explicar um período obscuro e sem informações, o que justifica a ignorância do passado, gerando diversas distorções. No entanto, nos séculos seguintes com a evolução do método de estudo desses povos, o autor Glyn Daniel, apresenta em sua obra o conceito de pré-história, como sendo a existência de povos antecedentes a escrita, consagrando a significância que temos até hoje. Dessa forma, temos a escrita como marcador temporal de um povo com história e de um povo “sem história”. Neste ponto, é preciso aprofundar os questionamentos. O primeiro questionamento se dá justamente nessa divisão na história da humanidade, que nos remete a banalização de toda uma vivencia antecedente a escrita. Outro questionamento a se fazer é o porquê da escrita ser esse marco? Por que não a agricultura que nos proporcionou uma série de desenvolvimentos posteriores? Bom, sabe-se que sem a agricultura não há civilização ou sociedade, foi a agricultura que estabeleceu relações de trabalho e produção, além de fixar um povo em um determinado lugar. Entretanto, não é o objetivo dessa dissertação trocar o marco da escrita pelo marco da agricultura, pois estaríamos recorrendo no mesmo erro, e sim demonstrar a problematização nesses preconceitos, que geram uma