o conceito de justiça em platão
Introdução
Nossa intenção com esse texto é traçar o desenvolvimento da argumentação de Platão, nos quatro primeiros livros do diálogo “A República”, no intuito de compreender o conceito de Justiça, como conceito base para sua filosofia política.
Como Platão se serve do diálogo como estrutura literária para a composição de seu texto, procuraremos delinear a argumentação seguindo seu estilo, ou seja, utilizando das personagens como portadoras dos conceitos que são tratados até que por fim Sócrates, porta-voz de Platão, fazendo uso de sua maieutica venha a conceituar Justiça.
Não é nosso objetivo aprofundar uma discussão mas sim provocar o leitor numa busca por fundamentar sua postura ética, principalmente no que tange à questão de Justiça, com um pensador Clássico como Platão.
Céfalo
Platão inicia seu diálogo dando a localização e os afazeres das personagens, principalmente Sócrates que atua como narrador-personagem na história.
Ao irem ao Pireu para uma festa celebrada em honra da deusa (cf. 327a) Sócrates, acompanhado de Glaucon (irmão de Platão), é reconhecido por Polemarco que imediatamente, ao perceber que Sócrates estava para retirar-se, o impede e convida-o para que fosse à sua casa no intuito de terem um prazeroso diálogo. Começa a apresentação de algumas personagens que terão importante participação na seqüência do diálogo.
O importante a salientar, nesse primeiro momento, é o diálogo que se inicia com Sócrates e Céfalo no momento em que Sócrates chega à casa de Polemarco. Ë de suma importância esse primeiro momento, pois o mesmo delineia a necessidade de se definir justiça, ou seja, é ele quem vai pautar a discussão.
Ao ser interpelado por Sócrates sobre como encara a velhice, Céfalo faz inúmeras descrições e distinções sobre tal tema, o mais importante a ser salientado esta na sua afirmação a respeito da proximidade da morte, o que faz com que todo homem passe a repensar a vida e,