O COMPORTAMENTO BURGUÊS DENTRO DA SOCIEDADE DE CORTE

2345 palavras 10 páginas
ASCENSÃO DA BURGUESIA E
O COMPORTAMENTO BURGUÊS DENTRO DA SOCIEDADE DE CORTE
INTRODUÇÃO
A finalidade deste trabalho é constituir reflexões em torno da ascensão burguesa e o seu papel dentro da aristocracia do século XVII, a partir da concepção desta nova classe social. Neste processo, a burguesia inserida nas cortes europeias (em particular, na França), foi adotando os modelos de comportamento deste espaço de poder, de modo que, com o tempo, valores aristocráticos e burgueses acabaram se fundindo e tornaram-se uma referência de comportamento ocidental1. Para melhor compreensão dos fatores que desencadearam esse processo, cabe-nos questionar: em que momento da História, e por que o homem ocidental percebeu que era preciso reprimir a si mesmo em favor de um comportamento social mais racional e civilizado?
O documento estudado para compor este trabalho, é uma tradução da peça de Molière – O Burguês Fidalgo - para o teatro português, com o título “O Peão Fidalgo” 2, que nos permitirá uma análise sobre as relações históricas da sociedade moderna com a ideologia burguesa, latente nesta comédia, tendo como pano de fundo a França seiscentista, que vivia um período de conturbações e contradições políticas e sociais que provocaram o conflito entre os valores de uma aristocracia parasita e o surgimento de uma burguesia ansiosa pelo poder político.
De acordo com Elias, em O Processo Civilizador (1994: 62), a ascensão da burguesia fez com que os hábitos da nobreza fossem ressaltados como um delimitador da distinção das duas classes. Antes, o universo do homem estava limitado ao ambiente em que vivia e, agora, a sociedade interligada exigia dele uma conduta mais rigorosa, mais contida A força bruta do homem medieval deixa de ser vista com bons olhos e as relações sociais foram ficando cada vez mais sutis. O homem de corte torna-se mais previsível, calculista e reflexivo, já que a busca pelo favor real e a competitividade que existia nas cortes o levou a conhecer o outro,

Relacionados

  • cultura e razão prática texto
    37644 palavras | 151 páginas