O caso panamericano
Edilza Alencar de Souza
Para entender melhor a situação do Banco Panamericano, do apresentador de televisão, Silvio Santos, recorre-se a uma interpretação dos fatos apresentados pelos personagens deste caso intrigante.
Os personagens envolvidos nesse problema: Caixa Econômica Federal, Banco Central, Banco Panamericano, as Empresas de Auditoria e o Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
A Caixa Econômica Federal (CEF) informou que em outubro de 2008, após o início da crise econômica mundial, vários bancos pequenos e médios procuraram o banco interessados em formar parcerias com o futuro braço de participações da instituição, a CaixaPar. O governo editou medida provisória autorizando a CEF a comprar participações, criando o CaixaPar. O presidente do Grupo Silvio Santos, foi um dos que procuraram o banco naquele mês. Buscar participações em instituições financeiras e não financeira era uma questão de estratégia para a Caixa, desde 2003. A instituição que era a primeira colocada em total de ativos no início dos anos 90, chegou ao quinto lugar no fim daquela década.
Após analisar os bancos, o Panamericano foi o que mais chamou a atenção. Ele apresentou mais sinergia com o negócio e a CEF precisava crescer no crédito ao consumo por meio de parceria estratégica. O portfólio do Panamericano completava o da CEF. Ele tinha leasing, forte capacidade de geração de crédito direto ao consumidor, financiamento de veículos, 21 mil canais (pontos de venda) no comércio, 200 pontos de venda, mais de 2,5 milhões de clientes, que eram em potenciais clientes da CEF porque ele não tinha agência. O Panamericano atuava em nichos que a CEF não atuava.
A CEF contratou o Banco Fator, que contratou a KPMG, e mais uma auditoria, a BDO. Fizeram quatro avaliações: duas internas da CEF, uma do Fator e uma da BDO. Não foi verificado nenhuma fraude ou erro.
A CEF informou que ela, o mercado, e as empresas de auditoria foram enganados.
O Banco Central (BC) fez o processo