Caso panamericano
O dono do PanAmericano decide cancelar o pagamento de R$ 1,6 milhão aos auditores porque o serviço não foi prestado. A decisão pode até abrir um precedente positivo para moralizar as relações entre bancos e quem avaliza balanços
Por Hugo Cilo – Fonte: Isto é Dinheiro - http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/41627_ATENCAO+DELOITTE+SILVIO+SANTOS+VEM+AI Na semana passada, o empresário Silvio Santos deu uma demonstração cabal de que tomaria a dianteira do caso PanAmericano. Colocou todos os seus bens em garantia para obter um empréstimo de R$ 2,5 bilhões junto ao Fundo Garantidor de Crédito e cobrir o rombo do banco. Nos últimos dias, ele deu novos sinais de que pretende continuar à frente dos acontecimentos. Primeiro, sustou o pagamento de R$ 1,6 milhão que deveria ser feito à Deloitte, auditora responsável por averiguar se os balanços da instituição refletiam a realidade contábil, com um argumento irrefutável: se o serviço não foi prestado, não deve ser pago. Segundo, iniciou sondagens para contratar uma investigação paralela sobre o que aconteceu no PanAmericano – a suspeita de Silvio é que as fraudes tenham contado com a conivência dos auditores. Luiz Sandoval, braço-direito do dono do SBT, tem dito que Silvio irá às “últimas consequências”, o que deve abrir um precedente positivo para moralizar as relações entre bancos e auditorias.
Na ofensiva: Silvio Santos alega que a Deloitte não prestou o serviço contratado, que era o de verificar se as informações contábeis eram verdadeiras. Ele estuda até contratar investigação da Kroll A tendência é que ele contrate a Kroll, que atuou no caso Enron. É um mau presságio para as auditorias. O escândalo Enron provocou a quebra da Arthur Andersen, que, à época, era a principal empresa de auditoria do mundo – foi essa falência que permitiu à Deloitte assumir o topo do ranking. A ofensiva contra os auditores não parte apenas do grupo Silvio Santos. O presidente do