O caracol e sua concha
O CARACOL E SUA CONCHA
“ENSAIOS SOBRE A NOVA MORFOLOGIA DO TRABALHO”
SÃO PAULO – SP
Antunes aborda o proletariado rural e industrial, a forma da divisão sexual do trabalho, a totalidade da classe trabalhadora e até mesmo os desempregados. Fala de todos aqueles que vendem sua força de trabalho em troca de salário e são desprovidos dos meios de produção.
Não acreditando no fim do trabalho manual, feito por humanos, e defendendo que as transformações atuais implicam numa nova morfologia de trabalho, ele constata mudanças na classe trabalhadora, considerando o seu caráter polissêmico e multifacetado, que vive uma metamorfose e não está se findando como dizem outros autores pelos quais ele pesquisou.
O autor entende que o trabalho é essencial e fundamental como condição para a existência do homem. E que por mais que pareça o imaterial não substituirá o material por maior que seja a demanda científica-tecnológica do capitalismo, ou seja, sempre existirá o trabalho humano diante das máquinas. Ele vê que de um lado existe uma minoria de trabalhadores multifuncionais e qualificados que tem capacidade de terem um pensamento crítico com relação ao que acontece na atualidade. Por outro lado, as maiorias são de trabalhadores terceirizados, que trabalham em casa e tem sua mão de obra conhecida mundialmente como precarizada.
Assim Antunes indica a criação de movimentos de massa radical e antipolítica, que possa criar novas formas de atuação autônomo, com capacidade para promover lutas sociais possibilitando o resgate em bases inteiramente novas da inseparável unidade entre o caracol e sua concha.