O capital social como tema balizador de uma estratégia pedagógica do campo em Moju-Pa.
Pretendemos aqui nos apropriar do termo capital social a partir de estudos e pontos de vistas que consideramos pertinentes para nossa análise, mas particularmente as que se aproximam da discussão da educação no campo como alternativa de organização política cuja participação dos atores sociais é imprescindível. Assim levamos em conta fundamentalmente valores individuais à política e o sujeito como participante e protagonista de suas ações no local onde ele ocorre. De forma que não temos a intenção de fazer o debate epistemológico do conceito de capital social, e sim de pontuar os principais autores que debatem o tema relacionando capital social x educação.
Dentre os pensadores modernos que debateram o conceito de capital social esta Alexis Tocqueville é o que mais se destaca, aliás, o mesmo vem sendo bastante citado em obras de autores contemporâneos como Abramovay (2000), Coleman (1990), Putnam (1996), Rattner (2002), Woolcock (1998) entre outros estudiosos do tema.
Porém é só a partir de 1980 que conceito entra definitivamente na agenda acadêmica. Talvez a obra mais importante neste sendo, a qual deu notoriedade ao conceito de capital social, tenha sido o livro de Robert Putnam “Makingdemocracywork: civictraditions in ModernItaly”, que foi traduzido para o português com o título “comunidade e democracia: a experiência da Itália moderna”. Para Putnam (1996) capital social refere-se ao conjunto de normas de confiança mútua, às redes de cooperação, aos mecanismos de sanção e às regras de comportamento que podem melhorar a funcionamento da sociedade, na solução de problemas que exigem uma ação coletiva. Visto como um bem de todos, esse capital é gerado a partir das práticas cotidianas no bojo das organizações da sociedade civil, principalmente naquelas que possuem estruturas horizontais de comando, como cooperativas, clubes, grêmios, sindicatos, etc.
Precisamente pode-se