O Capital capítulo V, VI e VII
CAPÍTULO V
Processo de Trabalho e Processo de Valorização
1. O processo de trabalho
A utilização da força de trabalho é o próprio trabalho. Por definição, trabalho é um processo entre o homem e a natureza, ele põe em movimento as forças naturais pertencentes a sua corporalidade, braços e pernas, cabeça e mão, a fim de apropriar-se da matéria natural numa forma útil para sua própria vida. O comprador da força de trabalho a consome ao fazer trabalhar o vendedor dela. Para representar seu trabalho em mercadorias, ele tem de representá-lo em valores de espécie, portanto, um valor de uso particular que o capitalista faz o trabalhador produzir e o processo de trabalho deve ser considerado de início independente de qualquer forma social determinada. O trabalhador se apresenta no mercado como vendedor de sua própria força de trabalho e deixou para os tempos primitivos o estado em que o trabalho humano não se desfez ainda de sua primeira forma instintiva, o que distingue, de antemão, o pior arquiteto da melhor abelha pelo fato de que ele construiu o favo em sua cabeça, antes de construi-lo em cera. Além do esforço dos órgãos que trabalham, é exigida a vontade orientada para a realização de tal tarefa. No fim do processo de trabalho obtém-se um resultado que já no inicio deste existiu na imaginação do trabalhador, e portanto idealmente.
Os elementos simples do processo de trabalho são a atividade orientada a um fim ou o trabalho mesmo, seu objeto e seus meios. Todas as coisas que o trabalho só desprende de sua conexão direta com o conjunto da terra, são objetos de trabalho preexistentes por natureza; assim o peixe que se pesca ao separá-lo de seu elemento de vida, a água, a madeira que se abate na floresta virgem. Se ao contrário, o próprio objeto de trabalho já é, por assim dizer, filtrado por meio de trabalho anterior, denominamo-lo matéria-prima, entretanto, toda matéria prima é objeto de trabalho, mas nem todo objeto de