O cantar do passarinho
O dia amanheceu lindo e quente. A floresta acaba de acordar, são tantos cantos de pássaros diferentes que quando se ouvem todos juntos não mais esquecemos. O sol já começa a jogar seus raios dourados no orvalho das folhas. La bem no meio da mata, alguns gravetos estralam. Deve ser algum animal acabando de acordar. Na lagoa além do grito do sapo, os peixinhos fazem a alegria pulando nas aguas para pegar mosquitinhos. Mas la no fundão da mata, um canto duradouro e bonito, faz quem ouvir não confundir. A musica é: pode plantar que eu arranco. Então e chegada a hora da chuva. Hora de plantar.
O cotidiano de um vira-lata
E la vai ele, rabinho em pé, cabeça erguida, os mosquitinhos rodeando e com o estomago doendo, de tanta fome. O trajeto é o mesmo. Para na porta da padaria e gritam: - Toca esse vira-lata. E ele atravessa quando o sinal abre, para a porta do açougue. Deita e estica calmamente o corpo cruzando as duas patinhas da frente e deixando o focinho cair. Faz uma cara de cachorro triste e lá vem Sr. Joaquim, o empregado do açougue lhe dando escondido um bom pedaço de carne. Come e lá se foi o almoço do dia. Agora precisa tomar um bom gole de agua frasca. Espera o sinal abrir e lá vai o pequeno vira-lata. Ainda quase um quilometro, e chega ate uma pracinha e um chafariz. Vira-lata adora tomar agua ali, por que se apaixonou por uma linda vira-lata que mora ali. Já são quase sete da noite e vira-lata tem que providenciar a janta.
Anda muito e entra em um beco muito escuro, para nos fundos de uma cozinha de uma pizzaria. Ele da dois latidos e vem logo o cozinheiro e estende uma caixa com vários pedaços de pizza que sobraram dos pratos das pessoas. A noite caiu rápida e vira-lata tem que procurar local para dormir. Já cansado, mas com a barriga cheia, ele encontra um cantinho em baixo da ponte. Da três voltinhas, deita e dorme serenamente. Mais um dia se foi e vira-lata dorme. Pois a manha começa tudo de novo, para a sua sobrevivência.