A linguagem literária
A linguagem literária é caracterizada por sua plurissignificação, cuja base é a conotação, é utilizada muitas vezes com um sentido diferente daquele que lhe é comum. Podemos citar como exemplos de textos literários o conto, o poema, o romance, peças de teatro, novelas, crônicas.
A linguagem não-literária é a utilizada com o seu sentido comum, empregada denotativamente, é a linguagem dos textos informativos, jornalísticos, científicos, receitas culinárias, manuais de instrução etc.
Gênero literário e não literário
Leia o poema a seguir
Tributo a J.G.Rosa
Passarinho parou de cantar.
Essa é apenas uma informação.
Passarinho desapareceu de cantar.
Esse é um verso de J. G. Rosa.
Desapareceu de cantar é uma graça verbal.
Poesia é uma graça verbal.
(Manuel de Barros. "Tratado das grandezas do ínfimo". Rio de Janeiro: Record, 2001)
Você deve ter percebido que, no poema - um gênero textual -, o poeta do pantanal brasileiro, Manoel de Barros, distingue o verbo "parar" (cessar, acabar ), como sendo "apenas uma informação" da expressão verbal "desapareceu de cantar" ou "uma graça verbal", que ele considera poesia.
O que distingue um texto não literário de um texto literário é o trabalho com a linguagem que este último apresenta. Nos gêneros literários há uma conexão interdependente entre "o que se diz" (o assunto/tema do texto) e o "como se diz" (a forma como o texto é dito).
O texto literário (em prosa ou em verso) tem um trabalho muito maior com a linguagem, um modo singular e inventivo de o artista ver o mundo, expressando-o.
Veja, por exemplo, a definição que o dicionário Houaiss dá para a palavra sabiá
“SABIÁ, substantivo de dois gêneros - designação comum às aves passeriformes, da família dos muscicapídeos, subfamília dos turdídeos, cosmopolitas, que possuem plumagem de colorido simples, geralmente marrom, cinza ou preta, com as partes inferiores lisas ou manchadas; tordo [São muito apreciados pela beleza do canto.]