O candomblé
No começo não havia separação entre o orum, o céu dos orixás, eo aiê, terra dos humanos. Homens iam e viam, coabitando e dividindo vidas e aventuras. Existe uma historia que um ser humano tocou o orum com as mãos sujas, e como lá no céu era tudo branquinho, sem sujeiras, então o senhor Olorum, Deus do céu de orum, ficou muito furioso com a falta de respeito dos mortais, e separou pra sempre a terra e o céu. Assim o orum separou-se do mundo dos homens e nenhum homem poderia ir ao orum e retornar de lá com vida. E os orixás também não podiam vir á terra com seus corpos. Então houve o mundo dos homens e o dos orixás, separados, isolados dos humanos habitantes do aiê, as divindades entristeceram, os orixás tinham saudades de suas peripécias entre os humanos e andavam tristes e amuados. Os orixás foram se queixar com o senhor Olorum, que acabou consentindo que os orixás pudessem de vez por outra retorna á terra. Para isso, teriam que tomar o corpo material de seus devotos. Foi a condição imposta pelo senhor Olorum. Orixás que antes gastava de vir a terra brincar com as mulheres, dividindo com elas sua formosura e vaidade, lhe ensinado feitiços de sedução e irresitivel encanto, recebeu do senhor Olorum um novo encargo: preparar os mortais para receber em seus corpos os orixás. Os orixás fizeram oferendas, para propiciar sua dedicada missão, veio ao aiê e juntaram às mulheres á sua volta, banhou seus corpos com ervas, cortou seus cabelos, raspou suas cabeças, pintou seus corpos. Os humanos também faziam oferendas aos orixás, convidando-os para á terra, aos corpos das iaôs, então os orixás vinham e tomavam seus cavalos e enquanto os homens cantavam e davam vivas e aplaudiam, convidando todos os humanos iniciados para a rota do xirê, os orixás dançavam. As oferendas que os humanos ofereciam aos orixás eram: Galinhas, galinhas de angola, galos, ovos, patos, farofas de cabeças e pés de qualquer ave, camarão vermelho, lula e semelhantes,