O Barroco Literário
O Barroco surgiu em meio ao movimento da Contra-Reforma, momento o qual a Igreja Católica tenta reafirmar seus dogmas e, também em meio ao Absolutismo, sendo esses dois elementos umas das principais formas de coerção sobre os indivíduos da época.
Outra característica importante do período é o avanço da ciência natural, através do qual os europeus se despiram da concepção de que a Terra era o centro do universo; descoberta que fez os homens se sentirem pequenos e impotentes diante do infinito. A vida torna-se então vã e a convivência com a morte e a idéia de morte tornaram-se parte do cotidiano.
O estudo sobre a arte do período ganha novo fôlego com os estudos de Heinrich Wölfflin, nos quais tenta “individualizar os traços estilísticos fundamentais do barroco, a partir da análise comparativa com os paradigmas formais do classicismo renascentista”.(ÁVILA, 1990: 4)
Wölfflin percebe na estrutura da arte barroca, uma maior liberdade do artista, que podemos interpretar como uma válvula de escape às pressões da época. Por isso, a arte do período irá caracterizar-se principalmente pelo dualismo de uma consciência presa a uma forte moral religiosa, mas que ao mesmo passo não consegue reprimir as paixões humanas.
Segundo o estudioso alemão, o Barroco abrange uma série de denominações, sendo em Portugal e Espanha conhecido como seiscentismo, conceptismo (ou conceitismo).
Com base nos estudos de Wölfflin, analisaremos um soneto do escritor espanhol Francisco de Quevedo Villegas publicado no Parnaso Español (1648) por José González de Salas. Quevedo nasceu provavelmente em 17 de setembro de 1580 em Madri. Sua família era fidalga, exercendo seus pais cargos importantes na Corte. Estudou filosofia, teologia, árabe, hebreu, francês, italiano. Teve uma vida conturbada, cheia de intrigas e ligações com a política. Morreu no dia 8 de setembro de 1645 no convento dos