Água e a SECA
A melhora materializa-se em ações como a construção de cisternas para o estoque de água e de biodigestores (equipamentos que produzem gás de cozinha a partir do esterco de animais). Foi com essas tecnologias que o que era básico para a maioria - mas um luxo para as três - virou realidade.
UM MILHÃO DE CISTERNAS
"Olha a cor da água que eu bebia", diz Edite, segurando um copo contra o sol. O líquido marrom-claro, que hoje serve para matar a sede dos animais e regar as plantações ao redor de seu sítio, foi, durante anos, bebida por ela e pelos cinco filhos. A renda familiar vinha do trabalho nas lavouras da região. "Renda" é, na verdade, uma maneira formal de nomear os escassos 6 reais que Edite recebia por dia. Podia ser pior. "Várias vezes, o dono da plantação chegava e dizia que a venda dos produtos estava ruim e eu e meu filho, que me ajudava, ganhávamos 3 reais cada um", conta.
Essa vida começou a virar passado em 2004, quando a família foi escolhida para receber uma cisterna de 16 mil litros da ASA, por meio do programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), realizado em parceria com o governo federal. As cisternas servem para estocar, para o período de seca, a água das chuvas, que ocorrem em apenas três meses do ano. No tanque onde a água é estocada, estão garantidos oito meses de água limpa para beber e cozinhar (média para cinco