O Barroco em Salvador, Bahia: Um estudo da Igreja e Convento de São Francisco
A talha ornamental barroca na Igreja Conventual
Franciscana de Salvador
Em destacado local no Terreiro de Jesus, em Salvador, encontra-se um cruzeiro de pedra de grandes dimensões, centralizado em uma praça, como era comum aos conjuntos arquitetônicos franciscanos; precede a imponente igreja da Primeira Ordem de São Francisco; um dos mais importantes exemplares artístico-arquitetônicos construídos no mundo português setecentista. O templo exibe duas torres sineiras encimadas por altos campanários piramidais (em calota) ladeando a fachada em duplo lance, revestida com arenito lavrado e coroada por frontispício onde se encontra um nicho que abriga a imagem do padroeiro São Francisco de Assis, esculpida em mármore branco, tendo o resplendor em cobre dourado adquiridos durante a guardiania do Frei Antônio das Chagas de São Francisco (17431746). Encima este conjunto, um grande crucifixo de pedra que arranca de acropódio ladeado por volutas e contravolutas também de arenito (Livro dos
Guardiães, 1978, p., 19).
À direita do templo se encontra a portaria conventual, pela qual se tem acesso à igreja e ao claustro. Essa área abriga painéis pintados na primeira metade do século XVIII por José Pinhão de Matos e, embora o reduzido pé-direito daquele recinto impossibilite a adequada visualização da cena no forro, lá se encontra a pintura de quadratura e de “figuras” ou de “história”, realizada após 1774, por José Joaquim da Rocha, especializado em pintura de perspectiva e considerado como um dos mais importantes pintores setecentistas brasileiros; foi o principal seguidor de Antônio Simões
Ribeiro (Sobral, 2009, p. 271). Segundo Ott (1993, p. 26), a obra representa a Glorificação da Imaculada Conceição, ladeada por elementos que evocam uma Aula Magna, em uma universidade medieval.
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