O ateneu
O aparecimento do fotógrafo é poeticamente retratado: "(...) profissionais da fotografia, captando instantâneos para a posteridade, como se dizia".
O interesse por lugar tranquilo e cultura elitista aparece antiteticamente como forma de evasão: "(...) começar vida nova numa cidade antiga, onde todos se cumprimentam e ninguém nos conheça. Vou lhe ensinar a falar direito, a usar diferentes talheres e copos de vinho, escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler".
O nome Eulálio pesa ao personagem: "A me chamar Eulálio, preferia envelhecer e ser sepultado com meus apelidos infantis, Lalinho, Lalá, Lilico. O Eulálio do meu tetravô português, passando pelo meu trisavô, bisavô, avô e pai, para mim era menos um nome do que um eco".
De forma irônica e lírica, sugere-se que algumas pessoas convivem bem com o estilo da tristeza: "(...) em mamãe a desgraça não caía mal, trajes pretos eram adequados à sua natureza.
Um dito aponta como ocorre a decadência: "(...) pai rico, filho nobre, neto pobre".
Outra questão interessante é a criatividade inventiva dos idosos: "Mas lembrança de velho não é muito confiável".
Já a modernidade traz modismos curiosamente avaliados pelas pessoas mais vividas: "(...) uma namoradinha de alfinete no umbigo".
A personagem Eulálio assume as dobras da memória: "(...) minha cabeça às vezes fica meio embolada".
O chalé aparece na narrativa frequentemente como o espaço, o cenário, o local determinante na vida de Eulálio, uma parte dele, e a especulação imobiliária também surge na história: "Quando eu morrer, meu chalé cairá comigo, para dar lugar a mais um edifício de apartamentos".
Autocriticamente, Eulálio, apresentando etimologia interessante da palavra esnobe, constata-se fracassado, apesar da origem de família de renome: "(...) minha linhagem não me faz melhor que