O ART FICE DO RENASCIMENTO
Nº 8, Ano IV, Maio de 2008 - Publicação Semestral – ISSN 1981-061X.
O ARTÍFICE DO RENASCIMENTO: NA INCIPIENTE “URBS” BURGUESA,
EXALTOU O REFINADO E INQUIETO ESPÍRITO DOS HUMANISTAS.
Maria Aparecida Gomes da Silva*
Resumo:
A transformação no modo de produzir a vida material dos homens renascentistas, a partir da intensificação do comércio em várias cidades, do advento da indústria em outras e do contorno das novas classes sociais
“endinheiradas”, mercadores e banqueiros, tais fatos suscitaram uma nova maneira de pensar, onde o indivíduo já não aceita um “destino moldado por alguém” mas acredita-se “capaz de criar a si próprio na liberdade”.[1] A maioria dos artífices do Renascimento tiveram sua origem nas oficinas artesanais das cidades humanistas e ao serem estimulados a desenvolver seus talentos individuais, comportaram-se como homens de iniciativa e independência para exercitarem a diversidade do seu tempo, intento possível porque “a estrutura básica da sociedade foi afetada até o domínio da cultura”[2] e a vida cotidiana destes artífices, já imersa na dinâmica da incipiente sociedade burguesa, tornou-os protagonistas de um fazer artístico inesperado e de refinada beleza.
Com o novo “molde” social do Renascimento manifestou-se a iniciativa individual, a versatilidade, a autonomia, a autoconfiança vertentes de uma realidade que “engendrou gigantes”[3] no campo das “artes do desenho” – o artifex polytechnes – como Miguelangelo entre outros, artista “emaranhado” no dinamismo da sua realidade, expoente de uma individualidade furiosa, inquieta, criativa e atenta às situações novas, onde a glória e a fama era a meta almejada pelo artista, inseparável do seu trabalho feito com a mente e não apenas com as mãos.
Palavras-chave: Renascimento, produção social, capital, artes e ofícios, sociabilidade, construção do humano.
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Abstract:
The transformation in order to produce the material life of the