O aquecimento Global e a produção de soja
2 TEMA ESPECÍFICO: O quadro atual e as projeções para o cultivo da soja na Região Sul do Brasil e as transformações socioeconômicas e espaciais em decorrência do aquecimento global.
3 INTRODUÇÃO
O presente trabalho de pesquisa tem por finalidade discutir as transformações sócio-espaciais e econômicas da cultura da soja na região Sul do Brasil analisando as variáveis locais decorrentes do aquecimento global, tendo em vista que, segundo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas IPCC (2007 apud ASSAD; PINTO, 2008), o aumento da temperatura pode provocar uma redução das áreas aptas aos cultivos de grãos, submetendo dessa maneira, esse recorte do espaço a uma nova configuração econômica e social.
Nos últimos anos a temperatura no planeta vem aumentando, estudos da Organização Meteorológica Mundial (OMM, 2011) demonstram que em 2010 as temperaturas registradas foram as mais altas da última década e que houve aumento na média das precipitações 52 mm em relação ao período de 1961 a 1990. Fenômenos como El Niño e La Niña que interferem na dinâmica global e local apresentaram uma menor e maior intensidade respectivamente no período de 2010.
Neste sentido, a Região Sul do Brasil que tem os estados do Paraná e Rio Grande do Sul como segundo e terceiro maiores produtores de soja do país vem registrando nos últimos anos mudanças nas condições climáticas ora com secas, ora com chuvas intensas, ocasionando perdas na produção da soja. (EMATER/RS, 2012). Conforme Marengo (2007), a soja foi a cultura mais prejudicada no período de 2004/2005 devido a seca prolongada na Região Sul, sobretudo, no estado do Rio Grande do Sul, com um prejuízo de 8, 281 milhões de toneladas abaixo do previsto. E que de acordo com os cenários futuros a situação poderá ser ainda pior com perdas de área para cultivo.
Sendo assim, visando compreender esta inter-relação entre o aquecimento global e suas consequências no