O aparelho locomotor
Na busca de melhores condições de sobrevivência, um dos problemas evolutivos cruciais que os animais enfrentaram foi o da locomoção. Essa função é desempenhada pelo aparelho locomotor, que se compõe de variadíssimas estruturas e formas, que vão dos simples flagelos, nos protozoários, aos complexos sistemas de locomoção dos mamíferos que vivem em terra.
Invertebrados. Quando existente, o aparelho locomotor dos protozoários, animais unicelulares, compõe-se de microscópicas estruturas de filamentos, com aspecto de pêlos finos, ou minúsculas pestanas, denominadas respectivamente flagelos e cílios. Outro recurso de locomoção dos protozoários são os pseudópodes (literalmente, "pés falsos"), saliências protoplasmáticas sem forma definida e não permanentes. Assim, os tripanossomos são flagelados; os paramécios, protozoários muito comuns em lagos e açudes, são ciliados; e as amebas apresentam pseudópodes.
Entre os invertebrados pluricelulares, alguns, como as esponjas e muitos celenterados, vivem fixos no fundo do mar, com capacidade de movimento só no estado larval, quando emitem flagelos. As medusas movem-se graças às contrações rítmicas de suas umbelas -- parte superior semi-esférica provida de anéis. Outros invertebrados, como os anelídeos, apresentam minúsculos prolongamentos carnosos nos flancos -- os parápodes -- que funcionam como apêndices locomotores rudimentares, pois o corpo do animal se apóia neles enquanto toma impulso por meio de contrações musculares.
Existe nos moluscos um órgão específico encarregado da locomoção, também chamado pé, visível nos gastrópodes (caracóis, caramujos, lesmas) e menos evidente nos bivalves (mexilhões, ostras). Os cefalópodes (polvos e lulas) locomovem-se com os dez braços localizados em torno da boca e denominados tentáculos. Já os equinodermos (estrelas e ouriços-do-mar) desenvolveram um sistema locomotor específico e único no reino animal: o sistema ambulacrário, constituído de canais circulares e