O amor

1 COMPLEXIDADE DO MUNDO

Você já reparou como nos anos recentes as empresas vivem mudando suas estratégias, redefinindo seus mercados, repensando suas estruturas? Reparou na quantidade de livros que são publicados, alguns se tomando besta Selles, apresentando o que se convencionou chamar “modismos em administração”? Aliás, muitos dos besta Selles são fabricados (Revista Exame, 30-8-95) e um tanto da ausência de nossa reflexão e critica permite que os tomemos como ícones. Reparou quantos renomados consultores internacionais pregam, eloquentemente, determinadas estratégias para logo depois se desdizerem? Michael Hammer, o pai da reengenharia, com o seu “hoje percebo que estava errado” (Revista Exame), Robert Tomasko e também sua meu culpa acerca do downsizing (Revista Exame, 2-7-97) e Tom Peters com seu “esqueçam o que escrevi” (Revista Exame, 12-8-98) são bons exemplos. Repararam também como o mundo insiste em não corresponder aos conselhos dos economistas? (Revista Exame, 2-10-02)? Que mundo imprevisível é esse? Por que tantas mudanças? A que você as atribui? Liste o que você considera plausível para que essas mudanças ocorram. Bem, se você disse que é porque o mundo está mudando, acertou. Afinal, como nos ensinou o filósofo Heráclito, na Grécia antiga, cinco séculos antes de Cristo, todas as coisas estão em constante fluxo, em constante mudança. É emblemática sua famosa frase: “Não podemos banhar-rios duas vezes rio mesmo rio, porque o rio não é mais o mesmo.” Ou, corno disseram Lulu Santos e Nelson Motta,’ magnificamente apresentados na voz de Tim Maia: “Nada do que foi será / De novo do jeito que já foi um dia / Tudo passa, tudo sempre passará.” A mudança é, portanto, uma constante. Com Heráclito, aprendemos, então, que mudança, simplesmente, não é característica somente do mundo contemporâneo. Sempre existiu. Qual é a característica, então? Arrisque uma resposta. Bem, se agora você acrescentou que a característica do mundo contemporâneo é a