O agravamento da tensão na região afeta a questão do anti-semitismo em âmbito mundial?
O fundamentalismo islâmico, associado às velhas teorias e aos velhos preconceitos de caráter religioso, ideológico (neofacistas e semelhantes) ou social (excluídos, frustrados, oprimidos em busca de bodes expiatórios), tem contribuído para esse avanço do anti-semitismo. Os atentados de 11 de setembro em Nova Iorque foram logo associados a essas idéias, muitas vezes travestidas de "opiniões" na mídia internacional, atribuindo-os ao comportamento israelense e judaico, pois teriam sido nada mais que uma reação compreensível, extensiva aos "protetores dos judeus" (no caso, os EUA). Assim, o ressurgimento do anti-semitismo toma carona numa onda internacional de polarização de conflitos e de métodos, em que o terror ganha uma lógica genérica. Por outro lado, torna-se visível que o preconceito e o terrorismo dele conseqüente são inimigos potenciais de todo o mundo civilizado, antagonizado hoje pela idéia de que os que se opõem aos interesses geopolíticos ou religiosos desses grupos são adversários que merecem ser destruídos. Se, por um lado, os judeus são candidatos de primeira fila a serem esses inimigos, e a sofrerem ainda mais com os atentados e com a propaganda, por outro lado ganharam como aliados a todos os que pretendem viver num mundo democrático, livre desses preconceitos, do fundamentalismo e de seu filho dileto, o terrorismo, que ameaça a todos.
Israel tem conclamado os governos dos países democráticos ao expurgo do anti-semitismo e a tomarem todas as medidas necessárias para garantir a