o abastecimento de energia elétrica
O início da estação chuvosa 2007/2008 foi marcado por um sinal de que há problemas no abastecimento de energia do País. A Petrobras, chamada a fornecer gás para usinas termelétricas da Região Sudeste, na forma estabelecida no Termo de Compromisso firmado com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para garantir o funcionamento dessas usinas, foi obrigada a reduzir o fornecimento às concessionárias de distribuição do Rio de Janeiro e de São Paulo, o que terminou por afetar o atendimento a indústrias e veículos movidos a gás naqueles Estados.
A despeito das declarações sempre tranqüilizadoras das autoridades governamentais, o episódio acendeu a luz amarela e reavivou a pergunta: vai faltar energia elétrica ao País? Tentar responder a essa pergunta de forma cabal é difícil, uma vez que essa resposta depende de duas variáveis de comportamento pouco ou nada previsível: o crescimento da economia, que faz aumentar a demanda por energia elétrica, e o regime de chuvas, do qual depende a maior parte do nosso abastecimento. De início, é preciso esclarecer que o abastecimento de energia elétrica do País tem como fonte principal – com participação de cerca de 80% as usinas hidrelétricas, cuja energia ainda é a mais barata no mundo. Daí a importância das chuvas. Quando os reservatórios baixam, o suprimento passa a ser assegurado, sucessivamente, pelas térmicas a gás e pelas térmicas a óleo, cujo acionamento, ou despacho, como se diz no setor elétrico, se dá pela lógica de menor custo de geração. Cabe ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), entre outras atribuições, o controle do sistema, o despacho das usinas e o cálculo do Custo Marginal de Operação (CMO), um número obtido a partir de modelo matemático, que funciona como sinalizador da necessidade de utilização das térmicas a gás. Quanto mais baixo o nível dos reservatórios, maior é o Custo Marginal de Operação, o que torna compensador disparar as térmicas a gás, cujo custo